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As megatendências e suas oportunidades!

No início dos anos 2000, uma nova tecnologia de perfuração e extração petrolífera chamada “fracking” começou a se espalhar pelo Estados Unidos. Fracking é o processo de injetar água em camadas de rocha que suportam petróleo a uma pressão muito alta, o que permite que o petróleo e o gás fluam em direção à cabeça do poço. Usado com outra inovação chamada perfuração horizontal, o fracking criou uma revolução econômica.

Na década de 2000, os Estados Unidos produziam, em média, cerca de sete milhões de barris por dia, tendo a Rússia e a Arábia Saudita à frente. Na metade da década seguinte, a produção americana disparou para atingir, em 2015, 12 milhões de barris por dia. O fracking permitiu que os EUA reduzissem drasticamente sua dependência ao petróleo estrangeiro e tornar-se uma das superpotências de energia do mundo novamente. Tudo graças às descobertas de xisto.

Na mesma época que o fracking começou a mudar para sempre o negócio de petróleo americano, o lendário Steve Jobs começou uma revolução por conta própria. Em 29 de junho de 2007, Jobs apresentou ao mundo a mais recente criação da Apple, o iPhone. O resto da história, você já sabe.  O iPhone passou a ser um dos produtos de consumo mais bem-sucedidos da história. Mais de um bilhão de iPhones foram vendidos desde 2007. O produto cimentou o status de Jobs como um dos maiores inovadores da realidade.

Essas duas histórias são sobre indústrias muito diferentes, mas elas têm na essência uma grande semelhança. Ambas são o produto de mentes livres e mercados livres. Ambas foram possíveis graças à uma inovação incrível. E ambas as histórias se passaram ao longo de muitos anos… enquanto criaram uma riqueza incrível para muitos.

Foto por Markus Winkler em Pexels.com

E nesse contexto, quais seriam as megatendências que estão se formando e estarão presentes na próxima década até 2029? Identificar essas tendências de negócios que moldam o mundo, desde o início, nos permitirá desfrutar delas em cada um dos nossos negócios. Matt McCall é um articulista que escreve sobre finanças e investimentos e é autor de dois livros de investimento best-sellers: The Swing Trader’s Bible e The Next Great Bull Market. Em um de seus vários artigos, ele identifica quatro grandes tendências do mundo moderno que estão constantemente transformando os negócios de forma profunda, que reproduzimos a seguir:

  • Inovação tecnológica: a humanidade tem uma história de inovações tecnológicas, como a imprensa, a internet, as ferrovias, os carros, as ressonâncias magnéticas, os antibióticos, as viagens aéreas, os telefones, a energia elétrica e o computador pessoal. Produtos e setores que nos permitiram passar de cavernas a aterrissar na lua;
  • Inovação empresarial: esta é uma categoria ampla para classificar grandes avanços nos negócios. Embora frequentemente utilizem inovações tecnológicas, seu coração é de alguém que descobriu uma maneira melhor de fazer negócios. Exemplos que ilustram muito bem esses avanços incluem McDonald’s, Starbucks, entre muitos.
  • Grandes mudanças econômicas ou demográficas: por volta dos anos 1980, o dragão adormecido – a China – acordou. Um homem chamado Deng Xiaoping tornou-se líder do país. Deng acreditava que as pessoas deveriam ser livres para conduzir seus negócios e enriquecer. Ele relaxou os onerosos controles de negócios do governo e o que se seguiu foi um dos maiores booms econômicos da história. Na esteira das reformas de Deng, o país começou a construir rodovias, arranha-céus, portos, pontes, fábricas e usinas elétricas em escala colossal. Uma enorme população de jovens chineses estava lá para fazer o trabalho. Naturalmente, todos aqueles prédios consumiam quantidades impressionantes de recursos naturais. Para abastecer sua farra de construção, a China utilizou enormes quantidades de cobre, minério de ferro, petróleo, gás natural, carvão, zinco e estanho. Isso, por sua vez, criou um dos maiores e mais longos mercados de commodities da história.
  • Crise significa oportunidade: não é politicamente correto dizer isso, mas desastres econômicos criarão muitas das maiores oportunidades de investimento que teremos. Na maioria das vezes, os mercados financeiros precificam a maior parte dos ativos corretamente. A informação flui à velocidade da luz em nossa economia moderna. Isso dificulta a compra de ativos por menos do que eles realmente valem ou a venda de ativos por mais do que realmente valem.

Durante uma crise financeira (e/ou econômica), os mercados enlouquecem. Os investidores despejam ativos como ações e imóveis sem se preocupar com sua capacidade de produzir fluxos de caixa, aluguéis ou dividendos. É por isso que os mercados, a economia em baixa, as quedas de estoque, as guerras e os pânicos financeiros tendem a oferecer oportunidades extraordinárias para as pessoas que conseguem manter a cabeça fria enquanto outras perdem.

O que temos visto é que o crescimento econômico tem sido possibilitado pela inovação tecnológica e a inovação empresarial. E isso nos mostra que devemos sempre procurar investir antes das grandes mudanças econômicas, se possível, é claro! Isto inclui mudanças “demográficas”, e crises pandêmicas, tal como esta, de 2020.

Tal como muitos de nós dizemos: “Nunca deixar uma crise ser desperdiçada”.

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em outubro de 2019 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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