Controles Internos, Gestão empresarial, Informação

Os elementos-chave para uma gestão empresarial de sucesso.

À medida que uma sociedade evolui, a necessidade por serviços cresce e, consequentemente, esse setor se desenvolve, cita Rosalvo Lima em seu livro O ABC da Empresa de Serviços (tomado como referência para a discussão que se segue).

Podemos notar essa observação claramente em uma revisão da evolução do PIB brasileiro desde o ano 2000. O setor de Serviços cresceu como um todo, de 67,7% para 72%. E o grande destaque ficou com a atividade de comércio, que teve um aumento na sua participação de 8,1% para 12,3% no PIB total, um número substancial considerando que o PIB nesses mais de 15 anos teve um crescimento médio de 50% em valores de reais constantes.

O crescimento no setor de Serviços e mais especificamente no comércio nos últimos 15 anos no Brasil, é surpreendente.

Notamos, portanto, que não somente o setor comercial expandiu, pois o PIB brasileiro também cresceu muito como um todo nos últimos 15 anos. A riqueza gerada no país e as atividades empresariais se expandiram e multiplicaram. E enquanto uma atividade empresarial está em expansão pouco se nota sobre sua gestão mais refinada, acurada, mais realista.

E agora com uma significativa retração na atividade econômica por um período longo, é que se percebe mais a necessidade da gestão empresarial estruturada.  E alguns aspectos que poderiam, ou mesmo deveriam ter sido geridos na bonança e não foram, agora não podem mais ser deixados de lado, pelo simples fato de que são fundamentais para a sobrevivência do negócio.

Podemos começar pelas regras básicas de controle de custos: cada um deles precisa ter um responsável, e cada resultado um dono. O primeiro custo sem controle é aquele cujo responsável não é conhecido. Para que isso seja possível é preciso relacionar o organograma, a estrutura de pessoas, às respectivas áreas de responsabilidade para que fiquem conhecidas e claras a todos.

Todo custo e todo resultado precisam ser comparados a uma meta ou previsão.  Custo correto e resultado bom são aqueles que estão de acordo com o que foi previsto. Qualquer custo ou resultado, se não for obtido como consequência da busca por uma meta, será acidental, e não fruto de um plano elaborado.

Além disso, os custos devem ser registrados pelo regime de competência e não à base de caixa. Isso significa que os custos são contabilizados e reconhecidos no mesmo período a que se referem, isto é, no período em que são necessários para obtenção da receita que geram, e não quando são pagos.

Vamos tratar agora do fluxo de caixa.  Apesar do investimento inicial muitas vezes não ser tão substancial ou em sendo, ser financiado de alguma forma, seja por família, amigos, e até mesmo investidores capitalistas, a gestão empresarial de forma profissional é uma tarefa complicada, e a gestão do fluxo de caixa não foge a essa regra. Vejamos algumas considerações:

  • Devemos identificar de forma clara e completa todos os custos da nossa atividade, sejam esses custos variáveis ou fixos, diretos ou indiretos. Certamente os contadores têm toda essa informação e podem gerar análises mensais completas dos períodos passados para permitir esse entendimento.
  • A partir dessa análise mensal completa dos custos da atividade empresarial, é necessário, por meio de um mapeamento matricial, determinar, em ordem cronológica, como se dão os desembolsos financeiros relativos a cada um desses custos. Esse mapeamento precisa ser diário, com totalização semanal, e por fim mensal.
  • Finalmente, esse quadro deve ser confrontado da mesma forma, diariamente, semanalmente e mensalmente, com o fluxo de entrada de recursos, ou seja, entrada de caixa.  A previsão de entrada de caixa deve ser inicialmente feita baseada no histórico diário, semanal e mensal a partir dos dados provenientes da contabilidade que o contador pode gerar de forma completa.

Uma totalização diária, semanal e mensal, e a apuração geral dos valores negativos mensais, devem mostrar a necessidade mínima de capital de giro que o negócio necessita, ou seja, o capital que se precisa para financiar as operações enquanto se aguarda os pagamentos dos clientes.

Agora, voltando a retração econômica e ao aperto nos resultados e no fluxo de caixa que isso causa, todo empreendedor deve estar atento às reais oportunidades de sobrevivência empresarial. Quando ela surge nesses momentos de dificuldades pode ser até uma eventual fusão, seja por aquisição de outro, seja por ser adquirido, ou mesmo uma fusão por junção de semelhantes.  Algumas vezes a soma é de 2+2=5!  E se essa oportunidade surgir, como a única forma viável de sobrevivência, vejamos algumas considerações imprescindíveis:

  • As empresas, tanto a sua como a outra, precisam estar estáveis. Elas precisam estar com os registros satisfatórios, com os sistemas administrativos funcionando, e com a atividade operacional estável, mesmo que com resultados e fluxo de caixa negativos.
  • O alvo tem de ser certo. Procure se associar com uma empresa do seu ramo, de preferência do seu mercado. Um concorrente direto, muitas vezes, é o melhor alvo. Veja também as qualidades da outra parte, imagem de mercado e características semelhantes à sua empresa. Considere o porte da outra empresa, que deve situar em tamanho compatível com a provável fusão, seja da forma que for, por compra, venda ou mesmo uma real fusão.
  • Sigilo absoluto.  Segredo é algo difícil e exige cuidados.  Ambos os lados terão acesso a informações sigilosas, e um acordo de confidencialidade será imprescindível.

Afinal, vimos aqui os elementos-chave para uma gestão empresarial de sucesso, não somente durante uma crise econômica, mas em todos os momentos. Talvez na crise esses elementos de gestão se pareçam ainda mais necessários, mas certamente são imprescindíveis todo o tempo. As gestões de custo, de caixa e de oportunidades de fusões devem estar sempre presentes na pauta do empreendedor.

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em março de 2016 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaca Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, diretor Regional na Anefac Campinas, e conselheiro independente.

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Carreira, Cultura e Estilo, Gestão pessoal

O ano que não chegava nunca!

O ano que não chegava nunca, 2017, está aí e agora podemos finalmente dizer para o ano que passou, bye, bye, bye … Mas dizer adeus não somente para o ano que passou, e também para muitas coisas de 2016, que queremos fiquem para trás, para que enfim possamos continuar.

Precisamos entender o que mudou de alguns dias atrás para hoje, o que realmente está diferente. Porém, ao olharmos em nossa volta vemos que realmente nada mudou, ainda!

Mas, onde está aquela esperança de grande mudança, que deveria acontecer em 2017?

Nossa esperança sempre é que, virando o ano, tudo muda. Mas, de fato, nada vai acontecer até que nós mesmos mudemos algo dentro de nós, uma mudança a partir de nós mesmos. E se mudarmos a forma como vemos, reagimos, e acima de tudo, como agimos, então teremos certamente mudanças com resultados para nós mesmos.

Gosto do princípio da engrenagem, que nos mostra claramente como interagimos com nosso entorno. Algumas engrenagens são maiores que a nossa, outras iguais, e ainda outras menores. Reagimos a cada uma delas constantemente, e por consequência, a direção e velocidade dos nossos movimentos são influenciadas por essas engrenagens à nossa volta.

Agora, o mais importante, é como agimos em relação a essas engrenagens. Como promovermos ações que geram reações nas engrenagens a nossa volta.

Porém, algo que sempre nos esquecemos, e que são profundamente influenciadores no nosso cotidiano, na nossa vida, são os tipos das engrenagens que temos conexão, que somos sujeitos. Outros aceitamos e, ainda, alguns escolhemos.

E nesse início de ano, que tal uma revisão geral das engrenagens? Que tal revermos nossa relação com as situações da vida que estamos sujeitos, aquelas que aceitamos e poderíamos alterar ou até evitar. Que tal revermos aquelas situações que podemos escolher?

Muito fácil de dizer e sempre muito difícil de fazer, são os propósitos de mudança. Temos o hábito de dizer que “no próximo ano vou fazer isto ou aquilo”, sendo uns dos mais populares a saúde física e a saúde financeira. A saúde física, nossa própria saúde, que nos propicia condições de vivermos bem a cada dia o que a vida nos propõe, e a saúde financeira, que nos causa muitas vezes ansiedade e estresse, e ainda que nada se consegue financeiramente, sem saúde física.

Então eu gostaria de propor algo inversamente contrário aquilo que tem sido nossa rotina de ano novo. Que tal mudarmos do “vou fazer algo”, para “não vou mais fazer isto” a partir de agora? Que tal deixar as coisas velhas para trás e buscar o novo? Buscar a renovação verdadeira. Acrescentar ao nosso dia a dia algo novo, em substituição ao velho.

Comenta-se muito sobre nossa cultura em comparação a outras culturas de diversas regiões e países. Não fiz uma consulta técnica sobre culturas, mas tenho uma experiência de vida e profissional que me permitem tecer algumas observações. Nitidamente nossa cultura brasileira é muito apegada a tudo. Somos apegados à família, que reputo essencial pois é a base da sociedade; e também somos apegados a lugares e regiões; e acima de tudo, somos demasiadamente apegados aos nossos sonhos.

Em muitas e muitas vezes nossos sonhos se tornam engrenagens do nosso dia a dia, jogando contra. Temos nossos belos e nobres sonhos e não percebemos que nos prendemos a eles e, consequentemente, a tantas outras situações em nossa volta que não nos permite prosseguir nem em busca dos nossos sonhos, nem em busca de mudança e, consequentemente, nos privam de mudanças para melhor.

A situação econômica do país que se arrasta ruim há 3 anos completos tem em parte essa razão no seu bojo. Estamos buscando uma ponte todos os dias com base no passado acreditando que encontraremos algo melhor do outro lado, na outra extremidade da ponte. Engano! Se construímos pontes nas mesmas bases do passado, chegaremos ao futuro, no mesmo lugar e da mesma forma. Não teremos mudado nem substituído o velho pelo novo. Teremos apenas empurrado nossas circunstâncias para o futuro, e esse futuro nos trará de volta todas essas circunstâncias.

Deixe para trás as coisas que já não lhe propiciam mais continuidade, novidade e crescimento. Busque uma renovação a partir de você mesmo. Seja o motor da sua própria engrenagem, duramente sem perder a ternura, parafraseando Che Guevara. Desista dos sonhos que enganosamente te animam e busque os sonhos que concretamente te realizam, pois serão esses sonhos que se realizarão, que concretamente mudarão sua vida.

Mudança

“Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a velocidade.

O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!”

Por Clarice Lispector.

Busque inspiração para sua mudança, leia o poema todo.

Em 2017, mude!

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Governança, Risco Empresarial

Recuperação judicial em tempo de crise

Medida é alternativa viável para empresas que estejam atravessando momentos delicados com a situação da economia. Especial [caderno] do Correio Popular de 4 de dezembro de 2016 apresenta uma panorama completo sobre o assunto: Recuperação judicial em tempo de crise.correio-popular-jfogaca-img_0282

Como diretor-adjunto da ACIC, contribuímos com a seção: Micro e pequenas [empresas] são as mais afetadas.  Veja texto completo.

Micro e pequenas empresas foram as mais afetadas pela crise econômica que atingiu o pais nos últimos três anos. Algumas empresas aparecerão nos indicativos de falência no próximo ano.  Ainda há resquícios muito grandes da economia ruim. A preocupação é que 2017 poderá apresentar falências iniciadas no ano anterior.

O tempo médio de ajustes da demanda é de três a seis meses. Devemos entrar em 2017 no processo de recontratação. A melhora só deve acontecer a partir do segundo semestre. Também vai depender do realinhamento dos planos dos governos federal, estadual e municipal.

Se você quiser saber mais sobre a recuperação de empresas, assista o Minuto ACIC no Café Empreendedor, no link a seguir: Minuto ACIC no Café Empreendedor

 

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