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O empreendedorismo promove o crescimento

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É natural compararmos o Brasil com os demais países para traçarmos uma linha de raciocínio de desafio e melhoria. Durante muitos anos usamos os chamados BRIC, que depois se tornaram BRICS, para compararmos os indicadores e como sempre muitas vezes apontávamos os fatores negativos como resultado da comparação.

Vamos nos lembrar de que o BRIC foi cunhado como sendo: Brasil, Rússia, Índia e China; depois veio o “S” de “South Africa”, África do Sul. O criador do termo foi Jim O´Neill, que há aproximadamente 20 anos assinalou esse termo em um relatório que apontava as tendências da economia global para os próximos 50 anos. Depois de 20 anos nem sabemos se esse termo e esse chamado “bloco” fazem sentido. O termo foi criado, mas de fato seu objetivo foi orientar os investidores e não os países componentes que simplesmente receberam essa designação de “emergentes”!

Contextualizamos essa visão para notar que, de fato, talvez do ponto de vista do investidor da Europa e Estados Unidos, há 20 anos, faria sentido, mas do ponto de vista intrínseco de cada país, suas reais semelhanças mais profundas são poucas, pouquíssimas. Isso sem notar que as chamadas semelhanças nos potenciais de fato eram necessidades profundas de cada um e que teriam que ser supridas pelos países desenvolvidos.

Foto por Lara Jameson em Pexels.com

Melhor será buscarmos comparações que nos propiciem real aprendizado de como podemos avançar em nossa economia.

Nesse tema entra o real empreendedorismo. Estamos vendo uma nova onda de empresas surgindo em meio a tantas dificuldades alardeadas a todo tempo! Estamos vendo que os reais empreendedores estão encontrando soluções inovadoras e prosperando. Se comparar os países do BRICS não faz sentido, então vamos comparar-nos com outros países e, mais profundamente, vamos nos comparar com os empreendedores desses outros países. Vamos tomar dois casos: a Argentina e o Canadá.

De imediato podemos ser negativos sobre a Argentina e dizer que o Canadá é uma país rico. Mas vejamos que em todos esses anos de crise, a Argentina não deixou de produzir ótimos vinhos e muita carne, famosa no mundo tal como a carne brasileira. Agora vejamos o Canadá, que na essência natural é muito parecido com o Brasil e tem muita riqueza mineral.

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O que nos surpreende sobre esses dois países é que durante esses últimos 10 a 20 anos, um deles com desafios constantes e outro bem estável, ambos produziram empresas que têm se tornado uma estrela nos negócios e para os investidores. Mas isso não é diferente no Brasil – também produzimos nesse período empresas admiráveis, e mais importante, empresas da nova economia: XP, PagSeguro, Stone, entre outras!

O que isso tudo nos mostra é a real importância do empreendedorismo profissional de alto impacto, transformando nossa realidade a despeito de qualquer crise ou situação econômica. Em algum momento você já se viu como empreendedor? Imaginou o que é necessário para iniciar seu próprio negócio? Lutou para se desfazer de suas dúvidas pessoais e entrar para o clube dos empreendedores independentes? Qualquer empreendedor pode atestar o fato de que iniciar um negócio é incrivelmente desafiador, independentemente das condições econômicas.

Manter esse negócio funcionando e crescendo é tão ou até mais difícil. É necessário compromisso, convicção, intensidade; uma natureza e atitude positivas, e um grande volume de perseverança. O empreendedor vê as barreiras como desafios, os equívocos como oportunidades e acredita que o sucesso é o simples resultado do trabalho duro, árduo – não é sorte, não é destino ou chance!

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O empreendedor que prospera é aquele que está integrado na comunidade, entende os mercados, cria planos de contingência e reage rápido às mudanças econômicas e a realidade de mercado. Muitos empreendedores sempre citam a necessidade de um ou mais mentores, consultores ou executivos com experiência ampla no mundo dos negócios. Eles citam que essas mentorias têm sido valorosas.

Empreendedores são importantes para a economia, disseminam emprego, aumentam a base tributária dos negócios, oferecem serviços e produtos que têm um impacto imenso na economia do país.

E a propósito. Se alguém estava imaginando quem são as empresas admiráveis da Argentina e do Canadá, atualmente, são elas: MercadoLibre e Shopify!

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em dezembro de 2020 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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A pandemia e a nova realidade econômica

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Ao iniciar esta análise, já há algum tempo, nem esperávamos que teríamos essa pandemia a nossa frente, e por tanto tempo.

Ao abrirmos a página do site do Banco Central (do Brasil, é claro), e buscarmos o Panorama Econômico, vemos a taxa de juros Selic em 7,75% a.a.; sim ao ano! Ainda além disso, temos o IPCA, nossa inflação oficial em destaque, que nos últimos 12 meses foi de 10,67%.

Nada alentador nesse momento! Isso pois sabemos que essa taxa de juros e inflação alta é muito prejudicial. Precisamos de inflação baixa, estável e previsível que traz benefícios a sociedade.

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Ganhar dinheiro com inflação e taxa de juros é uma ilusão de ganho sem produção de riqueza. Debater os ganhos ou perdas econômicas e financeiras descontadas da inflação é uma discussão vazia e sem substância. Analisar ganhos ou perdas financeiras pela relatividade dos fatos, sejam eles de inflação, taxa de juros ou outros quaisquer é uma dependência desnecessária e danosa.

O Brasil mudou e, certamente, apesar desse momento complexo de alta taxa de juros e inflação, ainda vamos colher muitos benefícios dessas mudanças nos próximos 5 a 10 anos. A disponibilidade interna precisa ser posta para o setor produtivo. Muitos recursos financeiros estacionados no mercado financeiro com um rendimento pela taxa de juros alta, precisam migrar para o setor produtivo. Precisamos de novas e mais, aberturas de capital, os chamados “IPO”, a despeito da pandemia.

Para ilustrar o círculo vicioso anterior, aplicávamos no mercado financeiro, lastreado na sua maior parte em títulos do governo brasileiro, e então o governo nos pagava juros com um recurso que ele próprio, o governo, não tinha. Isso pois o governo é deficitário, não arrecada o suficiente para pagar seus custos, nem tampouco os custos da dívida. E o governo não arrecada, em parte [sabemos que esta parte pode ser debatida, mas é verdadeira] pelo déficit econômico do país, ou seja, economia fraca, pouca geração de riqueza, poucos impostos pagos e pouco dinheiro alocado ao setor produtivo.

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A partir do momento em que esses recursos são aplicados no setor produtivo vemos então esse círculo girar para o sentido positivo, produtivo. Os recursos financeiros que são tomados pelas empresas devem ser de longo prazo, permitindo assim o amadurecimento e a concretização dos objetivos de crescimento e produtividade.

Devemos discutir ganhos de produtividade, de riqueza. Devemos discutir a geração de ganhos que permanecem gerando novos ganhos. Se temos sido admiradores dos países ricos então devemos também ser e replicar a forma em que tais países se enriquecem. As maiores riquezas dos americanos estão associadas a riqueza da economia, refletida nas empresas. Na Europa isso não é diferente!

O Brasil pode, e vai enriquecer, e muito, e desta vez será por meio de empresas ricas que forem construídas ao longo do tempo, pautadas na produtividade e geração de riqueza permanente.

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em novembro de 2020 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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O desafio da gestão remota, mesmo que on-line

Foto por Oleg Magni em Pexels.com

Temos trabalhado, já há tempo, de forma remota, forçada. Se antes essa proposta de trabalho, do escritório em casa e do trabalho on-line, parecia um modismo, algo de vanguarda, durante o tempo de reclusão pela pandemia se tornou uma forma de sobrevivência.

Agora, a questão é: como reagiremos quando começarmos a voltar à normalidade do trabalho presencial, do contato social e da interação humana constante? Muitos de nós, senão a maioria, terá se estruturado de forma dupla, com uma base extra de trabalho em casa, mesmo que ainda preliminar e não completamente organizada.

A produção industrial que já está em grande parte automatizada não deve ter uma grande mudança, talvez uma evolução com maior automação e gestão remota, mas acredito que terá que ser gradual para ser efetiva. Na sequência, temos a logística, que precisa existir e certamente continuará se modernizando, e que tem a característica de ser uma rede intrincada e fundamental para nossa sobrevivência, já que assegura que os produtos uma vez produzidos cheguem aos seus destinos intermediários e finais.

Agora, o comércio e principalmente os serviços, esses sim sofrerão um grande impacto, na maioria dos casos de desafios de se fazer melhor e com menor atrito possível. Mas para que isso aconteça, como fazê-lo de forma remota e pouco presencial? Esse desafio ainda está por vir e ser experimentado por uma grande parte das empresas, no mundo e, principalmente, no Brasil.

Foto por Mateusz Dach em Pexels.com

Nosso estilo cultural, social e de gestão empresarial ainda é de forma muito presencial e interativa. Ainda não estamos tão acostumados a interação remota, rápida e objetiva, nem receber instruções [remotas] e planos de trabalho, interpretá-los e executá-los com efetividade, ou seja, atingindo o objetivo.

Este tema de liderança e gestão empresarial é infindável e a todo o tempo os grandes pensadores e estudiosos, assim como os executores dessas funções discorrem sobre o que acreditam ser os pilares dessa tarefa interna nas organizações empresariais, sociais (ONGs) e, inclusive, governamentais, ou seja, os próprios departamentos de estado e governo. Em uma dessas várias publicações sobre liderança e gestão [empresarial] suportada pelo IMD [uma escola de negócios Suíça], os autores tratam amplamente daquilo que eles chamam, numa tradução livre, de: “Estando lá, mesmo quando você não está: a liderança por meio de estratégias, estruturas e sistemas [processos]”.

Neste momento de retomada após um longo tempo de distanciamento é certo que todos aprendemos a nos comunicar melhor e entender melhor nossas tarefas individuais e coletivas, tanto no extremo daquele que recebe orientações como daquele que dá orientações. Não temos a presença física, algumas vezes temos o visual on-line, naturalmente com alguma limitação, e precisamos entender um ao outro, executar uma tarefa ou procedimento e atingir um objetivo. Os estudiosos lançaram um conceito que podemos sintetizar entre a atividade de gestão “na” empresa versus gestão “da” empresa!

Foto por Baihaki Hine em Pexels.com

Com o distanciamento social devido a pandemia e o consequente distanciamento empresarial, devemos ir além do aprendizado prático, que provavelmente tivemos, e buscar ainda mais um aprendizado teórico e concreto de gestão remota. Isso pois nossas organizações, empresariais ou de qualquer outra natureza vão em muito depender da nossa capacidade dessa forma de gestão para sobrevivência nesse novo momento que já está sendo chamado de “novo normal”.

Uma nova realidade em que não há mais espaço para se atingir os objetivos apenas estando lá e, sim, o de atingirmos nossos objetivos refletindo nossa presença mesmo não estando lá, não estando presente no dia a dia das tarefas em que somos parte constantemente.

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em setembro de 2020 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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As primaveras da pandemia

Já há algum tempo, os brasileiros têm vivido de maneira tumultuada, com a corrida das vacinas atrelada a reduzir as mortes que se acumulam pela COVID-19. Mês a mês é semeada a esperança de dias melhores e, coincidentemente, em breve, a primavera irá chegar e com ela a simbologia de um recomeço, do florescer.

Em 2020, o desabrochar da primavera ocorreu de uma forma peculiar, com a carga do inesperado frente à reação do vírus e suas mutações, um contexto difícil para toda a população mundial. A crise econômica –  em efeito cascata – também aflorou de uma forma sem precedentes em relação aos últimos 70 anos. Alguns artigos, como o da Forbes brasileira, compararam esta primavera “perdida” com o que ocorreu na Segunda Grande Guerra, quando a Alemanha nazista paralisou a Europa na Primavera de 1940.

O The Economist deste ano, coloca que na história da humanidade, um período de paralisação mundial é normalmente seguido do aquecimento na economia, um boom, que beira o “obvio”: a mudança no comportamento de consumo da sociedade capitalista. Essa mudança está inserida em ambientes extremos, onde produtos que até então quase não eram consumidos, desaparecem em questão de pouquíssimos dias. Inúmeras pessoas que trabalham no setor de serviços entraram em colapso, gerado pelo aumento descontrolado de certas demandas ou até mesmo pela “morte”, como é o caso do setor de Turismo.

O protagonista da vez pós-COVID-19 é a revolução tecnológica. As  compras on line, por exemplo, devem continuar ocupando um espaço significativo em nossas vidas. Um artigo recente da Forbes menciona o renascimento digital, entretanto, há uma questão que “paira no ar”: por quanto tempo e quais os setores que irão realmente permanecer estáveis ou até mesmo crescer ainda mais?

E como fica a necessidade de interação social no movimento de “sair para ir às compras”, do estímulo sensorial de tocar o produto? Será que a nova geração, remanescente pós-pandemia, vai comprar o famoso pão francês por aplicativo? O clássico pão crocante, da padaria “perto de casa”, quente e com todo o perfume que lhe cabe?

Em 2020, uma pesquisa feita pelos cartões Visa, mostrou que no Brasil as transações financeiras feitas na aquisição de jogos cresceram 140% em comparação a 2019, o que reflete a busca do entretenimento para longos períodos em casa. Entretanto, na outra ponta “fora de casa”, outras rotas alternativas foram exploradas: as atividades ao ar livre.

O relatório do aplicativo Strava, a maior comunidade esportiva do mundo com 73 milhões de usuários em 195 países, destaca o boom das atividades esportivas com o centro das atenções para atividades como ciclismo e corrida. No Brasil em 2020, esses dois esportes tiveram um aumento aproximado de 35% quando comparado com 2019.

Segundo o Strava, as mulheres seguem na liderança no aumento das atividades esportivas em 2020, em comparação com os homens. Curiosamente, as mulheres usuárias frequentes  apresentaram um aumento  de 2019 para 2020, sendo  13,3% na frequência das atividades e 14,7% na duração. Em paralelo, inúmeros artigos mencionam o quanto elas, de uma maneira global, foram as mais afetadas psicologicamente.

Para os negócios, toda essa situação na sociedade capitalista é um misto de crise com oportunidade  e ela aponta a importância do planejamento e a necessidade de reestruturação para se manter. A questão prática não é qual vai ser o real cenário daqui para frente, mas sim, como cada empresa, cada estrategista, vai se portar e dar atenção a isso.

Esperar para ver no que vai dar e “tentar” surfar na crista da onda, pode significar o fim do jogo para muitas empresas. Também não se pode ter a crença  que esse reaquecimento será para todos.

Uma das únicas certezas é que, sim, a economia está se movendo para novos caminhos, novas colheitas. Não tem jeito, a natureza mesmo com as inúmeras alterações que possam ter ocorrido antes, se encarrega de florescer na primavera. No caso das empresas, buscar a readaptação e o planejamento são questões  de sobrevivência, para então florescer e gerar frutos financeiros com constância como no ciclo das primaveras.

Veronika Rezzani: Profissional especializada em expansão de mercados e produtos empresariais, nacionais e internacionais. Exerceu por vários anos a função de liderança em multinacionais bem como foi empreendedora na produção de cosméticos e de higiene pessoal. Tem formação pelo “Executive Education Leadership Program” da Harvard Business School, e em “Digital Marketing Strategies” pela Kellogg School of Management e especialização em Marketing pela ESPM.

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O dia depois de amanhã

Foto por Chris Czermak em Pexels.com

Como seria bom se pudéssemos ler o jornal de depois de amanhã.

Todas essas dúvidas incessantes de como será nosso dia a dia depois da pandemia estariam esclarecidas. Mas nem nós e, me parece ninguém, tem essa prerrogativa: a de saber o futuro. Podemos sim trabalhar com expectativas e hipóteses, mas somente para tratar o hoje com vistas a amenizar o amanhã.

Todas as grandes empresas estão fazendo previsões sobre como serão os negócios no futuro pós-pandemia, um futuro, inclusive, que já tem sido chamado de novo normal.

Dentre as grandes auditorias, uma delas, a PwC, tem publicado e atualizado rotineiramente uma pesquisa americana e global, denominada “COVID-19 Pulse reports”. Buscando alguma convergência de expectativas, na pesquisa publicada já há 1 ano, que neste momento pode até estar um pouco ultrapassada devido a dinâmica do momento, tivemos quatro grandes tópicos que se destacaram:

  • O descritivo da rotina de volta ao trabalho deve redesenhar como as tarefas serão feitas; isso pois quase a metade dos pesquisados (49%) disseram que o trabalho remoto está aqui para ficar para certas funções. Consequentemente, as empresas já estão reconfigurando o ambiente de trabalho;
  • Proteger a saúde das pessoas deveria e tem estado no topo; uma grande maioria (77%) planejou e tem adotado medidas de segurança [de saúde]: testes [exames de saúde] tem ocorrido frequentemente e ainda se espera um aumento nos pedidos de ausência por doença e outras razões;
  • Impactos substantivos [significativos] eram esperados nos resultados de 2020, e aconteceram; entretanto, um pouco diferente pois houve um efeito grande nas economias pelos incentivos governamentais direto ao cidadão;
  • As pressões de custos deveriam se intensificar; as demissões que ocorreram já estão se revertendo e o controle de custos tem ocorrido, mas muitos investimentos planejados têm sido mantidos.

Enquanto todas essas expectativas são confirmadas, ou não, ao longo do tempo conforme o retorno ao trabalho se desenrola, temos algumas percepções mais tangíveis e mais próximas de nós nesse momento. O que devemos notar conforme voltamos ao trabalho são substancialmente decorrentes de alguns fatores típicos e simples do nosso dia a dia, como segue:

Foto por Ian Beckley em Pexels.com
  • Ida [e volta] ao trabalho e demais lugares: um dos primeiros movimentos que veremos a nossa volta será derivado da própria e real ida e vinda do trabalho – mesmo que tenhamos tido muito trabalho remoto ao longo dessa reclusão, certamente uma grande maioria tanto estará ansiosa como, de fato, precisará retornar presencialmente ao seu trabalho para desempenhar suas funções. E isso causará, e de fato está causando, um certo alvoroço tanto no transporte público como em todo o trânsito das cidades;
  • Nossa aparência: conforme retomamos nossas atividades em público, fora de nossas casas e de nosso conforto e discrição, nossa aparência novamente será notada. E certamente essa necessidade irá muito além do mero corte de cabelo. Teremos novo comportamento associado ao uso de s máscaras, ao distanciamento físico, tanto social como profissional, e entraremos em um novo processo de retomada de consumo – o comercio deverá ser muito beneficiado pelo retorno ao trabalho;
  • A reconfiguração dos locais não somente de trabalho, mas também de compras e entretenimento; as rotinas de abertura e fechamento, bem como o uso diário dos espaços nos restaurantes, nas lojas, nos escritórios e nas fábricas, mesmo aquelas que permaneceram produzindo, já terão uma nova realidade. A própria limpeza e compartilhamento dos lugares estão sendo revistos e repensados.

Como conselheiros, executivos e dirigentes de empresas podemos pensar estrategicamente o dia seguinte na retomada e reabertura das atividades. Mas como cidadãos veremos diariamente as consequências diretas na nossa vida individual e coletiva, tanto familiar como social e profissional, de uma retomada das atividades depois um período de reclusão sem precedentes na história recente da humanidade.

E de fato ainda saberemos como será o dia depois de amanhã!!!

E nesse tempo de retomada notaremos que todos nós mudamos, e muito, e ainda teremos que continuar mudando, para sobrevivermos.

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em junho de 2020 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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As nuances da internacionalização nas empresas.

Com tanta coisa acontecendo no mundo com essa pandemia, ter a notícia que o Brasil teve recorde histórico de superávit da balança comercial em abril de 2021 é algo que nos enche de otimismo. Independentemente dos setores que exportaram mais ou menos, transpor fronteiras é, sem dúvida, uma boa opção às empresas para aumentarem seus volumes de vendas atingindo mercados estrangeiros.

Bom, não é bem assim, cada vez mais empresas dos mais diversos tamanhos e segmentos têm desbravado novos mercados internacionalizando suas operações e, ao vencerem esses receios iniciais, conseguem resultados incríveis.

Fazendo uma pesquisa no Google sobre internacionalização de empresas, encontramos  inúmeras opções de páginas na internet com dicas, cursos e até consultorias especializadas sobre o tema. Muitas dessas páginas buscam explicar como se faz, mas muitas não são muito práticas e trazem ainda maior temor aos empreendedores.

Sendo extremamente prática e simples, o que se precisa fazer para vender fora do Brasil não é muito diferente do que você já faz no Brasil. Sim, acredite, o que muda são nuances, as diferenças de uma mesma estrutura de itens a serem feitos.

As perguntas aqui no Brasil ou em qualquer país do mundo são sempre as mesmas: Tem mercado? Qual o tamanho? Quem são os concorrentes? Tem requisitos técnicos e de legislação? Nossa capacidade produtiva atende? Vamos conseguir oferecer nossos serviços nesse local? Como vamos dar suporte aos clientes no pós-venda? E o marketing? Como vai ser o jeito de vender? Conseguimos alguma ajuda do governo, seja aqui ou em outro local?

Pensar que são as mesmas coisas que se faz, mas que agora vai se lidar com as nuances de uma internacionalização, pode ajudar a trazer uma sensação ao empreendedor que ele não está lidando com algo impossível, algo tão desconhecido assim. E como começar então?

Já que é para ser prático, vale exemplificar alguns pontos e suas diferenças como:  primeiro: a definição do mercado associado às obrigações legais com adequação de produto e, segundo: o tema tributário. 

Outro detalhe, e que impacta diretamente nos resultados financeiros, está diretamente relacionado aos tributos fiscais. Empresas que têm a classificação fiscal como lucro real ou presumido podem se beneficiar de créditos tributários estaduais e federais quando relacionados à exportação.  A recomendação é que se faça um cálculo do faturamento para a exportação versus o mercado nacional. Dessa forma, chegar ao ponto de equilíbro tributário onde percentual do que se exporta seja o suficiente para que os créditos tributários fiquem equivalentes aos débitos em território nacional.

Olhar o mercado de outro país é o mesmo que olhar os regionalismos no Brasil. É óbvio que vão existir diferenças e entender isso é chave para se conquistar o cliente estrangeiro. E importante: internacionalizar não é vender para todos os países do mundo. Não, não! Escolher os países-alvo é o primeiro passo mesmo, vendo se a conta de investimento e retorno fazem sentido.

A diferença então é como se começa a obter informações e a boa notícia é que já existem pessoas e instituições que podem lhe ajudar. Isso é ótimo, focar a energia do trabalho para conhecer cada uma das estruturas que existem, por exemplo a APEX, o Exporta Fácil, as câmaras de comércio, entre outros. Feiras internacionais também ajudam muito a conhecer o mercado, o que os movimentam, elas são uma fonte riquíssima de informação, de ver tudo em um único lugar, falar com gente que já exportou e chegar à oferta dos produtos e tendências.

Portanto, a ideia é deixar a sensação de que o processo é o mesmo que todas as empresas estão acostumadas, mas somente com nuances, diferenças peculiares da internacionalização. O que se descobre é que são passos pequenos e focados, apesar de trabalhosos para que, em meses, você já se torne um exportador e melhore sua competitividade e ganhos em vendas fora do país.

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Estamos 30 anos atrasados, será mesmo?

Foto por Guillaume Meurice em Pexels.com

Há quem diga que estamos com 30 anos de atraso em relação aos Estados Unidos. Várias vezes, já lemos e assistimos matérias jornalísticas a esse respeito. Inclusive, baseados em uma dessas reportagens, pudemos falar das reais oportunidades que o Brasil apresenta para os investidores, sejam eles locais ou mesmo internacionais.

O atraso em si tem uma conotação ruim, mas denota uma real oportunidade para os brasileiros que querem empreender, na forma mais legítima da palavra. Recentemente, tivemos um grande exemplo de empreendimento, como chamado no livro, “Na Raça”, do Guilherme Benchimol, com a XP! Destacar um ponto de vista, da oportunidade real e subjacente que existe no mercado, a todo tempo, se torna difícil sem um exemplo concreto.

A XP e seu fundador são exemplos latentes no momento e, certamente, há muitos outros que cada um de nós vê no seu dia a dia, ao seu redor. E aqui vemos um ponto diferencial, pois se estamos 30 anos atrasados em relação aos Estados Unidos, isso para o fundador da XP foi exatamente, uma oportunidade. De forma sucinta o livro comenta que Benchimol e seus sócios foram à feira do banco americano Charles Schwab e copiaram o modelo. A partir dali, tentaram convencer as pessoas a deixar os grandes bancos, algo inconcebível até aquele momento no Brasil.

Talvez não com essa consciência e raciocínio, mas com se diz na capa do livro, “Na Raça” e, portanto, sem constrangimento e vendo o atraso Brasileiro, o fundador da XP copiou um modelo americano e transformou a realidade brasileira: … não sabendo que era impossível, foi lá e fez!

Foto por Pixabay em Pexels.com

Essa investida da XP nesse mercado é o típico exemplo do Oceano Azul,  um conceito de negócios, apresentado em um livro de mesmo nome, que diz que a melhor forma de superar a concorrência é parar de tentar superá-la. Ou seja, buscar mercados ainda não explorados, chamados pelos autores do conceito de “oceano azul”. Na metáfora marítima, o oceano azul é um local em que se pode nadar livremente enquanto os mercados já saturados são o “oceano vermelho” em decorrência do sangue derramado nas batalhas entre os concorrentes. Inclusive essa proposta traz os seis princípios do oceano azul que são:

1 – Reconstruir barreiras no mercado

2 – Concentrar-se no panorama geral

3 – Ir além da demanda existente

4 – Formular a estratégia na sequência adequada

5 – Superar os obstáculos organizacionais

6 – Orientar a execução estratégica

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“É um conceito que foca na inovação do modelo de negócio e sua principal ferramenta é a curva de valor. É um tanto idealizador e segui-lo à risca pode ser frustrante, porque a maioria das empresas não consegue encontrar um oceano azul – isso é uma exceção – mas a essência do conceito ajuda as empresas a se repensarem, a tentarem inovar na sua curva de valor e isso é muito positivo”, diz Marcelo Pereira Binder, professor da FGV-EAESP. Foi o que aconteceu com o início da XP, que passou a atender um público que ninguém atendia [ou fingia que atendia], de uma forma que ninguém fazia.

A comparação com o modelo de Charles Schwab já está em vários meios de comunicação americanos, e toda essa onda de admiração gerando uma vantagem competitiva tende a aumentar e transpor fronteiras.

E quantas outras oportunidades existem de natureza semelhante no Brasil? Quantos outros oceanos azuis existem?

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em maio de 2020 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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Estamos todos conectados

Gosto de associar momentos que estamos vivendo com alguma música que possa expressar, em palavras e melodia, nosso sentimento. Estamos vivendo um momento único, que mesmo que essa expressão pareça repetitiva e óbvia, e com muito que se está dizendo por aí, ainda acredito que a pandemia do vírus na nossa geração é única!

Também gosto de lembrar dos filmes que tentaram predizer eventos catastróficos futuristas e sempre noto que na maioria deles, infelizmente, a realidade se torna muito mais catastrófica do que previsto. De todos os filmes que temos visto sobre contaminação viral, nada se compara ao que estamos vendo agora. Independentemente de ser ou não proposital ou acidental, essa pandemia, sim, tem natureza de guerra biológica.

Uma guerra tem a característica e objetiva atingir o maior número de pessoas ou coisas que causem danos às pessoas ou àquilo que às sustenta; a pandemia desse vírus tecnicamente nominado de COVID19, atinge o maior número de pessoas sem barreiras e de forma imperceptível; ainda causa dano a todo sistema social e econômico, e vice-versa, já que uma das poucas barreiras aparentemente apropriadas é o isolamento social.

E se esse isolamento social é uma barreira para a progressão do vírus, essa barreira social é o contraponto para o cuidado daqueles infectados e ainda causa um dano irreparável na economia. Talvez assim que superado e barrada a progressão da contaminação possamos voltar ao nosso convívio social com os consequentes benefícios econômicos da sociedade.

Mesmo assim, o dano causado pela interrupção da vida em sentido amplo nunca será recuperado. Enquanto isso não faltam ofertas de opiniões, sugestões e recomendações sobre como viver esse momento – único e novo a todos nós!

Foto por Suzy Hazelwood em Pexels.com

Há algum tempo, em épocas festivas, muitas propagandas prescreviam se desconectar dos meios eletrônicos de toda natureza, mídias sociais, grupos privados, internet, televisão (ainda existe televisão), para se conectar social e fisicamente com nossos queridos, agora a ordem de defesa é o oposto: se desconectar física e socialmente das aglomerações para se conectar. Muitos já previram que o mundo se tornaria cada vez mais digital e virtual, e menos real, mas tais previsões foram por outras razões – o vírus é uma razão forçada e, esperamos, momentânea.

Enquanto isso, então, o que fazer? Nesse período de reclusão, de distanciamento social comum e típico, de distanciamento do real trabalho em equipe que tanto se propaga, como cuidar desse período em que todas as prioridades mudam? De certa forma acredito que nosso desafio está mais em nós mesmos do que na oferta de sugestões – não faltam recomendações do que se fazer e, ainda, como se fazer. Mas, antes, porém, precisamos ter em nós mesmos a clareza do que precisamos fazer de forma essencial.

Nos primórdios empresariais e de empreendedorismo, se discutia muito o chamado plano de contingência, que tinha no seu bojo a retomada e manutenção ativa dos negócios em caso de catástrofe. Estamos vivendo uma catástrofe e percebemos que, de certa forma, não estávamos preparados para ela. Apesar de se apregoar continuamente que podemos trabalhar remotamente todo o tempo, o tempo todo, vimos claramente que essa hipótese não é tão executável assim como se parecia. No sentido estrito de trabalho, sim, cada um de nós pode supostamente fazer isso, mas, e todo o aparato que temos nos suprindo o tempo todo, e que agora se desfez?

Foto por Valeria Boltneva em Pexels.com

Me valendo da reflexão de Andreas Kluth na página da Bloomberg Opinion, em 26 de março de 2020, a pandemia nos lembra várias coisas. Primeiro, somos em nossa essência criaturas off-line e analógicas, não on-line e digitais. Não podemos morder bytes, comer algoritmos ou desinfetar com antivírus computacional. Alguém tem que plantar, colher, produzir e entregar nossa comida, alguém tem que cuidar dos doentes. Se essas pessoas nos abandonam ou morrem, somos todos vulneráveis.

O vírus também nos lembra que, apesar de dividirmos nossas tarefas por eficiência, somos todos, finalmente iguais. O vírus infecta as classes alta, média e baixa; não solicita diplomas universitários, não cobra impostos, não pede passaportes ou documentos de migrantes.

Para sobreviver à pandemia, ainda contamos com todos para comparecer ao trabalho remotamente, ou mesmo localmente. Portanto, à medida que governos e empregadores preparam seus planos de resgate, eles devem reconhecer quem carrega qual ônus e qual risco e compensá-los com respeito e dinheiro, durante e depois da crise.

E nós – como cidadãos, consumidores, trabalhadores e pacientes – devemos fazer nossa parte.

A lição final é esta: estamos todos conectados.

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em abril de 2020 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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As startups e o marketing na vida real

Falar em startups começa com a ideia de um produto ou serviço, onde, normalmente, o empreendedorismo pretende alçar voos longos, virar um “unicórnio”. A emoção começa já na sua concepção, quando se pensa na possibilidade de um mercado milionário, se não bilionário. A empolgação segue, principalmente na perspectiva de crescimento somada à necessidade de buscar investimentos.

É nesse momento do investimento para crescer que a startup vai ter que lidar com o desapego de suas quotas de 100% , e, muitas vezes, de sua “gestão plena”. De forma planejada para mitigar riscos de ambos os lados (empreendedor e investidor), há maneiras de transformar a startup em um bom negócio para ser investido. Hoje, cada vez mais surgem modalidades de investimentos, como investidores anjos, fundos, entre muitos outros.

É inegável que em virtude do tamanho do mercado brasileiro, as startups se deslumbrem com um universo de oportunidades e em inúmeros setores. Entretanto, o olhar para o mercado externo para a abertura de novos negócios e criação de produtos/serviços ainda é tímido. Mas cuidado, o “olhar” para o mercado externo não se limita somente a “pesquisa no google”, é também viver a experiência de estar lá.

Vai a dica !!!!

Mais uma vez um time do Cubo Itaú e do Laboratório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID Lab) pegou a estrada para explorar outros ecossistemas de empreendedorismo tecnológico. Dessa vez, fomos à capital da Argentina, Buenos Aires, que concentra grande parte dos hubs, aceleradoras, startups e grandes empresas do país…. “

Fonte: Rafaela Herrera ,head de startups, e Rodolfo Zhouri, head de corporates do Cubo Itaú…

Veja mais em https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/03/08/startups-argentinas-ja-nascem-mirando-o-mercado-externo-mas-evitam-brasil.htm?cmpid=copiaecola

A criação de um produto/serviço, permite maior competitividade se a startup tiver a ousadia, desde o início de sua concepção, de pensar globalmente. Essa iniciativa faz com que o negócio caminhe para lugares onde seus concorrentes muitas vezes não estão e isso é, sem dúvida,  uma grande vantagem. Essa vantagem, alinhada à uma estratégia comercial de crescimento, pode acelerar o resultado das vendas.

Mas os criadores de produtos/serviços acreditam piamente que estão trazendo algo que vai resolver algum problema e/ou um benefício inédito aos seus clientes. Será? Há um ponto aqui para provocar a reflexão, da importância sobre conceitos de marketing para o lançamento de produtos.

Normalmente, as startups desprendem uma enorme energia na gestão interna que é, sem dúvida, muito relevante, além do operacional na produção de seus produtos/serviços. É inquestionável a importância de uma excelente administração, mas muitas startups se perdem pela carência do planejamento de marketing em conjunto com a área comercial.

Para grandes empresas, o conceito de marketing na forma mais ampla, já faz parte do DNA delas e pode nem ser conhecido pelas empresas iniciantes. Segundo a Definição AMA´s (American Marketing Assossiation):

“Marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para clientes, clientes, parceiros e a sociedade em geral. (Aprovado em 2017)”

É claro que da teoria para a prática sempre há uma diferença. O que se vê ainda são lançamentos de produtos/serviços de forma muito incipiente, e operações de vendas demasiadamente singelas. O mercado é implacável e normalmente decreta o falecimento do negócio de forma rápida, ou seja, sem atratividade em resultados concretos das vendas, a probabilidade de investimentos será muito pequena.

Sim, existem formas variadas de suplantar isto, como ter consultorias associadas com experts multissetoriais. As técnicas de metodologias ágeis também têm ajudado a ajustar rapidamente o que se lança, além de outras formas. Estar atento e cuidadoso em como implantar uma estrutura de vendas e sua abordagem aos clientes, têm ajudado muito “startapeiros”. O que não se pode admitir é que será fácil vender porque o produto é “excepcional”.

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Um novo ano, uma nova década, a mesma pandemia

A mudança de década tem sido muito mais lembrada nos últimos anos; inclusive, já se vê uma discussão se a década muda de 19 para 20, ou de 20 para 21. Independente da técnica, é certo que a mudança digital (dos dígitos) visual de 19 para 20 faz muito mais sentido e, portanto, adotamos socialmente como mudança de década.

Mas o que importa mudar uma década? Bom nesta mudança atual, de 19 para 20, importa muito; começamos essa nova década de final 20, com uma pandemia viral sem precedentes.

E ainda tivemos o efeito psicológico, pois todos os comunicadores prospectivos, aqueles que falam do futuro, de como devemos nos preparar para ele e como podemos aproveitar melhor esse futuro, sempre usam essa virada para prognosticar as grandes mudanças e, nos tempos atuais, em especial, as mudanças tecnológicas.

Vamos falar das mudanças tecnológicas então… o que há de expectativa e o que esperar de impacto dessas novidades. Alguns articulistas estão comentando sobre uma mudança tecnológica com efeito de uma inovação das mais disruptivas em décadas. Que essa tecnologia é algo que afetará todos os aspectos da vida das pessoas e será transformativa em todos os aspectos. Arrisco dizer que até aqui, muitos estão pensando a atividade online, mas será somente isso?

Não! Não estamos falando somente da atividade online. Estamos vislumbrando uma inovação que está trazendo a próxima fase na tecnologia de computação, o que a Forbes está chamando de “Próxima Revolução Industrial”.  Simplificando, essa tecnologia vai “automatizar” totalmente todos os aspectos de nossas vidas.

Então do que estamos falando?  Estamos falando de uma “segunda onda” tecnológica, na qual os computadores serão poderosos o suficiente para conversar e aprender com outros computadores. Eles poderão analisar trilhões de pontos de dados e tomar decisões perfeitas em meros nanosegundos e se atualizar automaticamente – sem a necessidade de um operador humano. Esse aprendizado de máquina, essa nova onda está sendo chamada de “inteligência artificial” – que se acredita, mudará o mundo.

Apenas para citar alguns impactos em nossa vida diária da Inteligência Artificial: o carro autônomo tem sido um dos mais citados e vistos como uma ruptura a ser conquistada derivada da IA; já se fala em alguns diagnósticos médicos via celular, não telemedicina, mas diagnóstico de fato em que as condições do paciente são coletadas via câmera do celular; e o efeito na internet chamado Internet das Coisas, que se espera que ela deve gerir as “coisas” a partir das nossas casas, nossos aparelhos eletrônicos, e muito mais.

Mas a inteligência artificial não terá valor nem utilidade alguma se não tiver onde navegar, para onde e de onde, trocar informações. Essa IA precisa ir e vir para gerar algum impacto relevante em nossas vidas. Precisamos da chave e do caminho para que a IA se torne realmente impactante e benéfica.

Agora já sabemos que, graças à IA, a “Internet das Coisas” se desenrolará rapidamente nos próximos anos, mas, para que essas tecnologias se tornem populares, nossa infraestrutura de dados atual exigirá uma atualização maciça. Pensemos na quantidade de dados transmitidos todos os dias à medida que milhões de pessoas veem notícias, interagem nas redes sociais e enviam mensagens de texto de seus celulares. Agora vamos imaginar bilhões de dispositivos “conversando” entre si – enviando e recebendo dados – em alta velocidade, 24 horas por dia. Simplesmente, sem toda uma nova geração de tecnologia de velocidade de dados, a “Internet das Coisas” não decolará e nem muitas outras ideias e propostas, tais como o carro autônomo e outras.

Nesse momento temos mais uma nova onda para essa nova década, uma rede de dados hiper conectada chamada 5G!!! O 5G é um tecido digital unificador que permitirá que bilhões de dispositivos se conectem e se comuniquem, o tempo todo possibilitando a “Internet das Coisas”.

É surpreendente o que se espera aconteça nesta década, mas também é desafiador pois os investimentos necessários para tornar a IA realmente produtiva serão enormes; e ainda, mesmo com essa inteligência artificial extraordinária que possamos ter, sem comunicação entre os dispositivos inteligentes, podemos não ter os benefícios tanto propagandeados. E para isso já se espera que a tecnologia 5G chegue ao mesmo tempo, para que tenhamos uma rede para sustentar toda essa evolução.

Texto revisto e atualizado, da versão originalmente publicada em fevereiro de 2020 no blog do autor na ACIC. Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaça Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC, e conselheiro independente.

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